Conhecido apenas como “Ruínas de São Miguel”, este Patrimônio Cultural da Humanidade está localizado no Rio Grande do Sul, na região Noroeste do Estado, na cidade de São Miguel das Missões. O sítio arqueológico de São Miguel Arcanjo reúne um conjunto de remanescentes desta antiga redução jesuítica, integrante dos chamados Sete Povos das Missões.
O local é parada obrigatória para quem gosta de história e arqueologia, mas especialmente recomendo a todos os gaúchos, independente de sua crença religiosa. Para que conheçam um pouco mais da organização e cultura dos povos indígenas e das comunidades jesuíticas do período Brasil Colônia. O local foi declarado Patrimônio Mundial, Cultural e Natural, pela Unesco, em 1983.
A área do sítio possui 38 hectares, e do grande complexo original sobrevivem boa parte da antiga igreja, do campanário e da sacristia, as fundações das habitações indígenas, algumas bases das paredes das oficinas, do convento, e outros edifícios, a praça, o horto e um bom acervo de objetos sacros.
A visitação ao sítio histórico
Essa viagem pelo mundo jesuítico-guarani pode ser feita nas segundas, das 13h30min às 18h e de terça a domingo, das 9h às 12h e das 14h às 18h – horário de funcionamento do Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo (que é estendido durante o horário de verão, até às 20h). A estrutura do local possui acessibilidade, audioguias em diversas línguas (com cerca de 1 hora de áudio, contando fatos históricos do local e também algumas curiosidades) e em breve também aplicativos que facilitarão ainda mais a experiência dos turistas.
Crianças e idosos pagam R$ 2,50, enquanto demais adultos pagam o valor inteiro do ingresso, R$ 5. O sítio fica muito próximo do Centro da cidade e conta com local para lanches e uma sala de vídeo que contextualiza a história do local. O endereço é Rua São Luiz, 1345 e o telefone para informações é o (55) 3381-1294.
Diariamente, ao anoitecer, a visitação também abre para o espetáculo Som e Luz, que como o nome já diz, apresenta a história do local através de recursos audiovisuais. Acontece a partir das 20h (e durante o horário de verão, às 21h30min).
Quem construiu as ruínas de São Miguel Arcanjo?
As Missões foram construídas pelos padres jesuítas e os índios Guaranis, em um modelo sem precedentes na história cristã. Visitar as Missões é conhecer a mais notável experiência espanhola de cristianismo da América, única no atual território brasileiro. Além do Brasil a mesma história ocorreu na Argentina, Paraguai e Uruguai. No território brasileiro as comunidades jesuíticas-guaranis ficaram conhecidas como os Sete Povos das Missões.
Quais são os Sete Povos das Missões?
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São Francisco de Borja (na cidade de São Borja)
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São Luiz Gonzaga (na cidade homônima)
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São Nicolau (cidade homônima)
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São Miguel Arcanjo (em São Miguel das Missões e abordado neste post)
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São Lourenço Mártir (no município de São Luiz Gonzaga)
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São João Batista (na cidade de Entre-Ijuís)
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Santo Ângelo Custódio (em Santo Ângelo)
O que ver no Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo?
Além das famosas ruínas, o visitante ainda conhece o Museu das Missões, inaugurado em 1940, que abriga a maior coleção pública de arte sacra missioneira. Projetado pelo arquiteto Lúcio Costa, foi criado especificamente para reunir em um local as esculturas sacras e os fragmentos arquitetônicos das antigas reduções que se encontravam espalhados pela região dos Sete Povos.
Uma imponente Cruz Missioneira recepciona e impressiona os visitantes. Toda em pedra grês, dizem que é o símbolo máximo da espiritualidade da região das Missões e também dos 30 povos (Brasil, Argentina e Paraguai – a chamada nação missioneira). Os dois braços abertos da cruz simbolizam a fé e a proteção redobrada.
Em um dos ambientes das ruínas está uma maquete que mostra como estava organizada a redução na época de sua existência. A posição das casas, da igreja, onde ficavam os cultivos, os espaços de catequização, a praça, o cemitério, etc.
O que mais conhecer na cidade de São Miguel?
Não muito longe do sítio arqueológico está a fonte missioneira, um dos locais onde os índios Guarani buscavam água para seu consumo na Redução. Situa-se cerca de 1km das ruínas de São Miguel Arcanjo e é acessível diariamente das 9h às 18h.
Os turistas também podem aproveitar para conhecer o Borraio – Museu do Colono, no interior da cidade, e aproveitar para tomar chimarrão ao lado do tradicional Borraio – fogo de chão que queima ininterruptamente o ano inteiro! Localizado na comunidade de Mato Grande, a 10km do sítio histórico, o Borraio, junto do Museu do Colono, contam a trajetória da colonização gaúcha, italiana e indígena.
E a Aldeia Indígena Teko’a Koenjú também é ponto de visitação. Localizada 30km da sede do município pode ser visitada mediante agendamento. No local, o turista conhece o modo de vida dos Guaranis, com destaque para a trilha na mata, o artesanato e o Coral Guarani.
Outra sugestão é uma parada no Pórtico de São Miguel. Uma homenagem a todos que participaram do processo de colonização e formação da “cultura missioneira”. Possui esculturas que representam São Miguel Arcanjo, Padre Jesuíta, a família Guarani e o Cacique Sepé Tiarajú. No centro do pórtico está a escrita, na língua Guarani, a frase dita por Sepé na Guerra Guaranítica, que significa “esta terra tem dono”.
Outra rota turística para descobrir a cultura missioneira:
Pra quem gosta de aventura, existe o “Caminho das Missões“, um roteiro a pé de até 13 dias na parte brasileira do circuito, ou ainda, de cerca de 30 dias entre as Missões do Paraguai, Argentina e Brasil, conhecendo os 30 povos e os 7 Patrimônios Mundiais Missioneiros. São visitadas várias cidades, onde sua cultura é demonstrada na gastronomia, música, artesanato e no modo de ser.
Onde se hospedar?
Mais informações:
https://www.missoesturismo.com.br/
Mais fotos:
Já foi às ruínas de São Miguel e quer deixar mais alguma dica que não está neste post? Deixe sua dica nos comentários e vamos ajudar outros viajantes!
Beijos! Andressa