O 9º Festival Kino Beat resgata 15 anos de histórias, promovendo 15 eventos em 14 espaços da cidade, com exposições, performances, residência artística, festa de rua, apresentações musicais, intervenção urbana, mostra de filmes e oficinas com entrada franca.
Neste sábado, 09 de novembro, o Museu Joaquim Felizardo recebe o Picnic de um Jardim Suspenso, das 16h às 22h. O evento convida o público a vivenciar o momento e o espaço, em uma jornada musical e performática que estimula a contemplação, o relaxamento, e o sonho.
A experiência será conduzida por três apresentações que abordam de forma distinta a manipulação e a suspensão do tempo: a performance de dança Ficções de encontro marcado em paradoxo mágico da dupla Rojana, acompanhada pela trilha sonora ao vivo de Patrícia Nardelli; a apresentação de lançamento do Coletivo Vórtice (Carlos Ferreira, Diego Poloni, Rita Zart, Fu_k The Zeitgeist, Dpsmkr), com sons que partem da música ambiente, e que se conectam, formando um fluxo contínuo.
Combinando instrumentos eletrônicos, guitarras e sonoridades acústicas, a performance traz uma paisagem sonora imersiva, onde o público pode deitar na grama ou até dançar. Encerrando a programação, será possível conferir a performance musical da artista sonora escocesa SHEE, que utiliza vocal e um sintetizador modular customizado, para criar sons etéreos e oníricos. A abertura do picnic fica por conta do DJ Cevallos, com um set de música ambiente e downtempo.
A partir de 14 de novembro, às 19h, o público poderá conferir no Espaço Força e Luz a mostra inédita OEC – Observatório Estético do Clima, do coletivo Animal Autotune. A exposição é composta por uma série de obras audiovisuais, gráficas e objetuais, que elaboram modos sensíveis de interpretação das transformações climáticas que caracterizam a possível época geológica do Antropoceno.
Em OEC, o coletivo Animal Autotune se propõe a fazer uma ponte entre: a arte contemporânea, dados científicos que registram a temperatura, a quantidade de chuvas, a velocidade dos ventos e outras informações climáticas de territórios específicos e contextos políticos, dinâmicas existenciais, eventos históricos e banais da cultura pop.
Formado por Mario Arruda e Filipi Filippo, o coletivo Animal Autotune opera enquanto plataforma de pesquisa, criação e execução de obras audiovisuais e instalativas. Tem como foco temático central a relação das sonoridades, visualidades e outras materialidades estéticas com as tecnologias de produção e seus efeitos produtivos e destrutivos, que compõem tanto a arte contemporânea quanto as torças do Antropoceno. A visitação segue até 21 de dezembro, de segunda a sexta-feira das 10h às 19h e sábado das 11h às 18h com entrada franca.
Circuito Burburinho é uma das atividades promovidas pelo MAPC (Micro Aceleradora de Partículas Criativas) e ocorre no sábado, 16 de novembro
Celebrando seus 5 anos de atividades, o espaço cultural co-dependente, e agora também Ponto de Cultura, Casa Surdina, dá início ao Circuito Burburinho através da Feira Gráfica Burburinho, integrando a programação do 9° Festival Kino Beat, através do MAPC (Micro Aceleradora de Partículas Criativas), promovendo no sábado, 16 de novembro, das 13h às 21h, um evento de arte, moda, música e intervenções. A feira gráfica Burburinho faz parte do Circuito Burburinho de Artes Gráficas, um projeto de difusão e inovação para aproximar a criação artística afetiva do imaginário do cotidiano através de ativações como feiras, oficinas e exposições em espaços culturais alternativos.
A idealização e produção são de Clarice Nilles e Fernanda Görski que, nesta edição expandida, convidam para a curadoria de moda autoral o Brick de Desapegos, contando com mais de 30 expositores nas artes gráficas e moda. A partir das 13h, o selo Tal e Tal Records apresenta performances dos artistas Beili, A Virgo, Heloísa Marshall, e projetopalavra (Gustavo Almeida). A Casa Surdina abrigará três oficinas gratuitas (as inscrições devem ser feitas através de formulário disponível nos canais do festival): Sessão de Modelo Vivo, com Lael Peters, Fóssil: documentos de memória e de cidade, com Henrique Fagundes e We Make Noise: Experimentações em Composição Musical, com Jalile & Thays Prado.
Festival se posiciona como acelerador e impulsionador de espaços e iniciativas da cidade
Nesta edição, além de promover atividades diversas, o Kino Beat se propõe a fomentar espaços e iniciativas na cidade. A MAPC – Micro Aceleradora de Partículas Criativas se apropria da nomeação dos dispositivos da física, que trabalham com partículas subatômicas para desvendar os mistérios do universo. No contexto do festival, a MAPC busca acelerar ou desencadear a energia criativa de projetos, espaços e profissionais culturais.
Os selecionados integram a programação do Kino Beat, com autonomia para dar continuidade em pesquisas ou desenvolver novas ações, através de comissionamento parcial ou total das propostas. “O festival busca com essa iniciativa, fomentar a rede da qual também faz parte, e que necessita de maior fomento para a sua manutenção e desenvolvimento”, declara Cevallos.
O festival selecionou para integrar o programa os espaços Casa Baka, Casa Surdina e Galeria Gazzebo e Coletivo Plano. “A alegria por sua longevidade, vem acompanhada por um sentimento de compromisso, em continuar movimentando um recorte na cidade, para que se potencialize em conjunto, as capacidades de artistas, coletivos e espaços independentes, de completarem as suas décadas em atividade. O compromisso de existir em/e coexistir com Porto Alegre, passa pelo alargamento das redes que compõem o seu fluxo artístico, o que será um dos focos da 9a edição do festival”, revela o criador do festival, Gabriel Cevallos.
Residência Formigueiro conta com segunda edição em 2024 através do programa Cultura Circular do British Council
A segunda edição da Residência Formigueiro, uma iniciativa do Festival Kino Beat, dá continuidade ao seu formato de pesquisa e criação artística, que se estabelece a partir das especificidades de Porto Alegre, através do programa Cultura Circular do British Council. O nome da residência mantém-se o mesmo, apesar da mudança de um dos seus pilares de estudo e relação. Em 2022, as formigas nomearam a residência e conduziram pela cidade os artistas e as suas produções na primeira edição. Agora, os insetos dão lugar ao Guaíba, como parceiro na investigação de histórias sobre a capital. Para além da celeuma do Guaíba enquanto rio ou lago, pensaremos nele como um corpo hídrico único, que apresenta características dos dois ecossistemas e que muda com o tempo.
O desafio de pensar o Guaíba e a sua relação com a cidade em 2024 deve ir adiante de sua recente face trágica das enchentes de maio. Por óbvio, a dimensão dos fatos e as suas razões climáticas, exacerbadas pela ação de determinados grupos humanos, devem impactar a percepção sobre o que é viver às margens de um corpo hídrico poderoso. É a partir da arte, esse campo permeável que se contamina por tantos outros campos, disciplinas e áreas para criar histórias em linguagens e tintas múltiplas, que a residência formigueiro produzirá suas próprias narrativas sobre o habitar a cidade-guaíba.
A lei municipal portoalegrense nº 7.767, de 17 de janeiro de 1996, institui o “Dia do Rio Guaíba” no último domingo do mês de novembro de cada ano; já a lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010, que institui o calendário de datas comemorativas, redefine a data como apenas “Dia do Guaíba”. “Uma das premissas da residência é festejar esse corpo hídrico, seja no último domingo de novembro ou durante quase todo esse mesmo mês, em que os artistas estarão em Residência para celebrar, como for possível, junto à cidade, suas histórias, e o rio, como prefiro chamar”, conta o curador.
A programação completa da Residência, que inicia em 28 de outubro e se encerra em 28 de novembro com uma exposição coletiva, inclui ações formativas voltadas para os residentes e o público em geral. O Instituto Remanso será a sede para os artistas e atividades complementares durante o mês de atividades. Os resultados das pesquisas e criações serão exibidos na Galeria Augusto Meyer do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, na Casa de Cultura Mario Quintana, que seguirá em cartaz até março de 2025.
O 9º Festival Kino Beat conta com Patrocínio Master da Oi, Patrocínio do British Council, Apoio Cultural Oi Futuro, através de financiamento do Pró-Cultura RS – Governo do Estado do RS. O evento tem apoio de IEAVI, Instituto Ling, Instituto Remanso, Espaço Força e Luz, Instituto Francês Paris, Embaixada da França no Brasil, Ciclo3, Cinemateca Capitólio, Casa de Cultura Mario Quintana, Casa Musgo e FM Cultura.
Mais informações em kinobeat.com.