A vindima chegou ao fim no dia 18 de março na Cooperativa Vinícola Garibaldi, após 68 dias de trabalho intenso e entrada de 26,2 milhões de quilos. O montante representa redução de quase 15% em relação à vindima passada. Ainda que tenha ficado abaixo da maior safra da última década — cuja produção foi de 30,8 milhões de quilos –, a colheita em 2022 se manteve acima da média regular dos últimos 5 anos, que na cooperativa ficou na casa dos 22 milhões de quilos.
A estiagem, um temor inicial na pré-safra por conta da expectativa de grande quebra, acabou prejudicando apenas áreas localizadas de cultivo, determinando redução menor do que a projetada. Se a seca foi prejudicial para as plantações em terrenos onde a videira tinha uma raiz mais superficial, ela teve efeito contrário nas demais lavouras, sendo benéfica para a maturação do fruto. “Colhemos uvas de excelente qualidade”, vibra o enólogo-chefe da vinícola, Ricardo Morari.
Nas áreas onde a falta de chuva não foi prejudicial ao vinhedo, as uvas brancas finas destinadas aos espumantes passaram por um fenômeno de aceleração na maturação. Isso antecipou, também, a colheita dessas variedades. “Aceleramos a vindima das brancas para que os espumantes preservassem o máximo de frescor possível, pois a acidez estava caindo muito rápido. Teremos excelentes vinhos base para espumantes, com aromas muito frutados e intensos, porque a maturação tecnológica dessas uvas foi muita boa”, afirma, explicando que cerca de 30% do total das uvas recebidas serão destinadas para elaboração de espumantes e vinhos brancos.
No caso das uvas para suco, a qualidade também foi elevada. Morari destaca as altas concentrações de açúcares e cor, que vão resultar em bebidas doces e equilibradas. A maturação acima da média ainda foi observada nas uvas viníferas tintas. “Colhemos uvas tintas com excelentes concentrações de açúcares e maturação fenólica completa. Com elas, conseguimos elaborar desde tintos jovens, de média estrutura e taninos macios para serem consumidos ainda esse ano, até vinhos tintos concentrados e estruturados, com potencial de guarda para vários anos”, antecipa.
Ao todo, 65% da safra será destinada para a produção de suco de uva, vinhos de mesa e filtrado doce. As uvas reservadas para os vinhos finos tintos representam 5% do total. De menor volume, porém de excelente qualidade, a safra 2022 promete, mais uma vez, rótulos de destaque na vitivinicultura nacional. “Em todos os aspectos, foi uma safra de excelente qualidade para os diferentes estilos de produto, tanto espumantes como vinhos tranquilos”, antecipa Morari. No que depender da matéria-prima, o brinde com o alto padrão pelo qual os rótulos da Cooperativa Vinícola Garibaldi são nacional e internacionalmente reconhecidos, está garantido.
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