Já escrevi aqui no blog sobre as cidades históricas de Caeté e Barão de Cocais, ambas pertencentes ao Circuito do Ouro, rota turística de Minas Gerais. Desta vez vamos conhecer Santa Bárbara, umas das mais antigas cidades mineiras e uma das paradas de quem faz o roteiro Entre Serras: da Piedade ao Caraça.
Com 318 anos de história, Santa Bárbara é conhecida como terra do mel e cidade onde nasceu Afonso Pena – primeiro mineiro a se tornar Presidente da República. O centro colonial da cidade é protegido por dois tombamentos: um estadual e outro municipal.
O desenvolvimento urbano do então arraial de Santa Bárbara teve como núcleo gerador o largo original do município. A partir desse ponto o povoado e as construções começaram a se expandir. Ainda hoje a região central se conserva atrativa aos visitantes, em razão de seu charme arquitetônico, típico das cidades coloniais mineiras.
Núcleo histórico urbano tombado de Santa Bárbara
Casa de Cultura de Santa Bárbara
E é no Centro Histórico que está o ponto de partida para conhecer melhor a cidade: na Casa de Cultura de Santa Bárbara. Localizada na antiga sede dos Correios e Telégrafos, a edificação de pau-a-pique em estilo colonial barroco data do Séc. 18 e faz parte dos casarões históricos tombados.
Além da própria importância arquitetônica da casa, seu interior abriga importante exposição sobre a história da cidade e suas principais fases econômicas, bem como registros de suas manifestações e tradições culturais.
Diversas ilustrações e painéis interativos ajudam a identificar o patrimônio da cidade – sejam eles religiosos, artísticos, arquitetônicos ou gastronômicos. E depois de explorar sobre cada um deles é possível sair caminhando e em poucos passos visitar pessoalmente estes atrativos. Como a Igreja Matriz de Santo Antônio, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, o Memorial de Afonso Pena e a Casa do Mel.
Igreja Matriz de Santo Antônio
Ainda no Centro Histórico, um dos cartões-postais da cidade é a Igreja Matriz de Santo Antônio, com obras do Mestre Ataíde, concluída em meados de 1800.
No teto da nave, a pintura da assunção de Nossa Senhora é atribuída aos discípulos do Mestre Manoel da Costa Ataíde, e por isso guardam muitos traços que caracterizam os trabalhos dele. Já no forro da capela-mor, a pintura da ascensão de Cristo é atribuída ao próprio Ataíde, com soluções arquitetônicas em perspectiva ilusionista.
Um fato curioso contado pela guia de turismo é sobre uma das pinturas na lateral da igreja. A imagem foi descoberta debaixo de 11 camadas de tinta, após uma senhora entrar no local e dizer que se lembrava, quando criança, de haver uma imagem ali.
O nome da matriz se deu por Santo Antônio ser considerado o santo protetor dos Bandeirantes, que então “descobriram” o local. Já o nome da cidade de Santa Bárbara se deu porque a data em que estes exploradores chegaram ao local foi no dia 4 de dezembro, considerado, pelo calendário cristão, o dia de Santa Bárbara.
Outra curiosidade destas e de outras igrejas ou casarões antigos que visitamos em cidades históricas trata da origem do termo “pé rapado” para designar alguém sem muitos recursos financeiros. Essa expressão surge no Séc. 17, quando uma estrutura de metal era colocada na parte de fora das portas, para que, antes de entrar no recinto, os escravos ou outros indivíduos que não tivessem cavalo ou charrete (ou seja, os mais pobres), pudessem raspar a sola do pé ou sapato.
Memorial Affonso Penna (MAP)
O local que abriga o MAP também se enquadra na tipologia das edificações do período colonial. A casa foi o local de nascimento – em 30 de novembro de 1847 – do advogado Afonso Pena (ou Affonso Penna, na grafia de antigamente), primeiro mineiro Presidente da República, personalidade santa-barbarense e da vida política nacional. O MAP reúne e difunde a memória relacionada à vida e obra de Afonso Pena.
O mesmo casarão do memorial foi sede da Real Fazenda durante o segundo Império, antes de pertencer à família do presidente. Além de reunir a história deste mineiro ilustre, também guarda um monumento funerário com os restos mortais de Afonso Pena e alguns familiares.
A urna funerária com os restos mortais de Afonso Pena deixou o cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro e chegou à cidade em 2009. No túmulo também estão enterrados sua esposa e filhos.
O monumento é formado por quatro colunas arcádicas. Na cobertura encontra-se um vitral com a bandeira do Brasil. E a escultura da figura feminina chorando sobre a lápide (que pesa 3 toneladas) representa a República.
Entre diversos itens da coleção do memorial está a cédula de 100 mil réis com sua face estampada e imagens de sua passagem pelo então famoso Colégio do Caraça. A instituição foi muito importante para o desenvolvimento de Santa Bárbara. Hoje o local é um santuário, que tem sua entrada por este município, mas com grande parte de seu território na cidade vizinha, Catas Altas.
Em sua carreira pública, Afonso Pena ainda foi Ministro da Guerra, da Agricultura e da Justiça, e também Presidente da Província de Minas Gerais (o que hoje chamamos de Governador). Foi ele quem promulgou a lei de transferência da capital mineira de Ouro Preto para Belo Horizonte. Foi eleito Presidente do Brasil em 1906 e morreu em 1909, sem concluir o mandato.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário
A igreja que recebia os escravizados da época, Nossa Senhora do Rosário, foi construída em 1756 em reverência os santos negros São Benedito, Santa Efigênia e Santo Antônio Catagerona.
Dizem que seu formato arquitetônico da fachada faz alusão à proa de um navio, remetendo aos navios negreiros que separaram estes indivíduos de sua origem.
Terra do Mel
Conhecida como Terra do Mel, Santa Bárbara é líder da produção melífera em Minas Gerais. A apicultura é um saber enraizado na cultura da região, no que diz respeito à produção e a culinária do município.
Encontramos na cidade uma grande variedade de tipos de mel. A diferenciação acontece conforme as floradas, definidas a partir do néctar das flores. São elas, com a ajuda das abelhas, que definem o sabor, a cor e o aroma do mel produzido.
A Casa do Mel, inaugurada em 2007, é um equipamento cultural dedicado ao processo de produção apiária, onde os visitantes podem conhecer um pouco sobre as técnicas de produção do mel, produto local, reconhecido nacionalmente pela sua qualidade. Além disso, os visitantes também podem adquirir mel e derivados na loja do mel.
Tecelãs de Brumal
Outro “saber/fazer” que também é patrimônio local é a tecelagem! Com destaque para o trabalho das Tecelãs de Brumal.
Brumal é um distrito de Santa Bárbara e onde está uma das principais casas de tecelagem. As Tecelãs de Brumal mantém viva a cultura, ensinam as mulheres da região a arte do tear, reaproveitam tecidos que seriam descartados pela indústria e ainda fomentam o comércio e o turismo local.
Ali conhecemos peças lindas que surgem a partir de retalhos de jeans usados, por exemplo. Estes pedaços de pano resultam em tapetes, jogos americanos, mantas, bolsas, etc. É quase impossível não levar nada pra casa ao visitar a casa das tecelãs de Brumal!
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E pra quem está planejando sua visita a Santa Bárbara, a pedida é já estender o passeio e acessar o Santuário do Caraça, que está situado na divisa deste município com a vizinha Catas Altas. Aproveite também para completar todo o roteiro Entre Serras, do Circuito do Ouro e conhecer as belezas de Barão de Cocais (referência no ecoturismo local, com mais de 20 cachoeiras) e Caeté (com sua maravilhosa Serra da Piedade).
Sobre o Circuito do Ouro:
Formado por 4 roteiros temáticos, o Circuito do Ouro agrupa 16 municípios marcados pela época do ciclo do ouro e que possuem afinidades culturais, históricas e naturais, além de grande proximidade geográfica entre eles. Alguns dos municípios estão localizados próximos à região metropolitana de Belo Horizonte, e os mais distantes estão a, no máximo, 170 km da capital mineira.
Ao todo são 4 roteiros que integram o Circuito do Ouro:
– Entre Serras: da Piedade ao Caraça
– Entre Cenários da História
– Entre Trilhas, Sabores e Aromas
– Entre Ruralidades e Personalidades
Mais informações: https://circuitodoouro.tur.br/
*Viagem realizada pela editora a convite da Associação do Circuito do Ouro
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